terça-feira, 24 de maio de 2011

2 anos de E.C.,por Tico

No dia 21 de maio deste ano,o "espaço 'cabeludo" completou dois anos de existência.Até achei que o Allan iria escrever sobre isso ou dar aqueles "balanços" de época que às vezes dá,mas não foi assim,então vou falar por mim,mostrar a minha visão de tudo.
O "espaço 'cabeludo" nasceu de um pedido meu ao Allan.Eu,Ticoético,procurava um jeito de me sentir bem e me mostrar para os outros,libertar pensamentos e enfim criar forma de algum jeito,sem ser só uma "faceta" qualquer.A minha história começa muito antes d'eu nascer,como a de todos vocês.
Tudo começou numa madrugada friiia e nebulooosa...não,não,é brincadeira.Tudo começou quando a "irmã mais nova" do Allan criou o "
Dolce d'água" que era um blog "undefined" e depois foi virando um blog "calcinha",agora,passado tanto tempo,está uma "calçola rendada".O Allan viajou ao ler os primeiros posts,e eu,vi naquele deslumbramento a minha chance.Nascia então "Ticoético",de início,o cara lá dizia que o significado era "Tico ético",mas depois o tempo foi passando e mostrando que,na verdade,"Tico é Tico" somente.
Criei então no dia 21 de maio de 2009,o espaço 'cabeludo,sim,EU criei,pois o Allan pode levar o mérito pelo romantismo,pelo sarcasmo,enfim,até por ter me criado,mas o espaço 'cabeludo e todo o leque de significados que vem com este nome,só existe porque EU criei.
Aos poucos,com as loucas cores,o visual retrô,as imagens de borda e a benção de Drummond de Andrade,outras pessoas foram chegando por aqui e dando pitacos,contando suas histórias e me fazendo um pouco mais feliz e livre.Lembro de uma certa vez que houveram tantos pitacos e gente por aqui,que me senti num barzinho lotado no qual todo mundo me conhecia e,mesmo eu não sendo o "cantor",sabiam que eu era o "cara do som" e mostravam reconhecimento por isso,eu chamo de "A época molhada",por outro lado,houve uma vez em que o Allan desapareceu e agonia me bateu,pois assim como o "cara do som" precisa da voz do "cantor",eu preciso dos textos dele,ninguém passava por aqui,achei que ia desaparecer,mas ele voltou,chamo isso de "a época da seca".
Hoje o E.C. tem 52 seguidores entre gente que veio e voltou,gente que gostou e decidiu acompanhar de longe,tem também gente que é ativa,e fala,me emociona,me aplaude,tem gente que corrige os erros que o Allan comete,e eu agradeço,serve pra mantê-lo atento.Mas o q'eu gosto mesmo é de interagir com quem vem de lá do outro lado,pode ser daqui de perto ou de outro estado,outro país,outro planeta.A graça do blog está em se ver nas palavras dos outros,se identificar,traduzir-se mesmo em outra língua,português,alemão,inglês,francês,eslovênio,japonês,NÃO IMPORTA,a gente se entende porque é gente,é claro que tem o dedo do "Google Tradutor" no meio,mas a INTERPRETAÇÃO é toda nossa,a INTERAÇÃO é toda nossa,e é o que vale.Juro que trocaria todos os 52 seguidores por 52 comentários em uma publicação,52 duas opiniões sobre alguma coisa,52 modos diferentes de ver o amor,a felicidade,o futebol,enfim,o mundo.Mas não trocaria por nada,tudo que conquistei e aprendi com o espaço 'cabeludo,pois isto é algo que não se pode roubar,nem copiar ou falsificar de tão especial e legítimo que é,só se pode viver,enfim,PARABÉNS AO
ESPAÇO 'CABELUDO.

Ticoético.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre o Ninja

Eu acordei no meio na noite,bem no meio,considerando o fato dela começar pra valer somente à meia-noite e terminar lá pràs cinco e cinquenta,quase seis da manhã.É,eram três e alguma coisa quando acordei e busquei um copo de suco pela cozinha,fiz tudo isso no escuro,achei mais bonito e silencioso,discreto,sorrateiro feito um ninja...peraê,um ninja?
Pensamentos assim,geralmente são reflexos criativos da minha mente,ou seja,primeiro ela solta algo no ar das lembranças,pode ser uma palavra,um objeto,uma pessoa,um lugar,qualquer coisa,depois deixa aquilo rolando na minha cabeça como uma música ou coisa parecida,por fim ela não sossega até que consiga obrigar as duas mãos minhas a escrever sobre aquilo,nesse caso,a bola da vez foi o "NINJA".
Nunca tinha pensado antes em escrever sobre o Ninja,principalmente porque sempre pensei que um Ninja jamais poderia render uma/numa história.Até nos filmes,ninjas são figurantes,eles são quem chega no meio da noite descendo cacete em alguém ou roubando algo divino e valioso e depois,puf,desaparecem,ou vão embora,ou morrem lutando soltando seus gritos duvidosos.As histórias são sempre sobre os "samurais" ou os "gladiadores",sempre tem um escolhido e tal,os ninjas são meros figurantes obrigados a pular e gritar e sair de cena rapidamente.
Não sei você,mas pra mim,um Ninja nem é gente,sempre com os panos a cobrir o rosto mostrando muito mau os olhos,duvido até que eles tenham rosto.Um Ninja não tem casa,não tem trabalho,não tem filhos,não beija,não come,não tem ninguém esperando por ele.O Ninja não tem família,ele é apenas Ninja.
Poxa,pensando bem,deve ser triste ser um Ninja,falo de ficar esperando a noite chegar pra atacar,ter um pouco de ação e bater em alguém.Imagino ainda mais,deve ser muito chato quando não há nada pra fazer,nenhum manuscrito pra pegar,nenhum mocinho pra bater,passar a noite toda sem ferir ninguém com a espada ou dar um "grito Ninja".A coisa mais tediosa na vida - se é que eles têm vida - de um Ninja deve ser a parte do dia.Eles devem ficar no "mundo dos Ninjas" onde tem Ninja pra todo lado,treinando e treinando,sem dizer uma palavra,sempre a esperar o próximo ataque,porque um Ninja sempre está pronto,eles não sentem falta ou saudade dos que não voltam,não tão nem aí,são firmes e sem sentimentos...ou não.
Pode ser que,no mundo dos Ninjas eles até falem,e se cumprimentem,aí eles se reúnem e ficam contando quantos mataram hoje com a sua espada e inventam novas táticas de ataque,novos movimentos,e até fiquem sentidos se um amigo Ninja não volta.Eles podem ter esposas Ninjas que ficam rezando com suas crianças Ninjas para que o marido volte de manhã,deve ser lindo um bebê Ninja,quieto,sorrateiro,completamente silencioso.Que bobeira a minha,deve ser bom demais ser Ninja,pular entre telhados como um gato,ser rápido sem se cansar,fazer parte do escuro,ser sutil,elegante e eficiente,forte e preciso.
O que me deixa espantado na maioria das coisas que escrevo,além do prazer que dá ver a coisa feita,é o fato d'eu me alongar por entre as linhas,enquanto escrevo tudo parece tão objetivo,sucinto,mas quando leio,lá está um "testamento".Só por algumas vezes eu queria escrever alguma coisa como este copo de suco,uma coisa breve,mas que mata a sede,é geladinho e é gostoso de beber,é tão bom que quando acaba,não se percebe,deixa o gosto na boca e dá vontade de repetir.
De acordo com o computador eram 4:37 quando fui buscar mais suco na cozinha e ouvi um barulho no quintal.Abri a porta que dá pra varanda,num movimento rápido olhei as roupas no varal que acabavam de balançar sem vento algum,e ainda escutei algum barulho sobre o telhado da vizinha e seu cachorro a latir,fechei a porta,peguei o suco e sorri,deve ser bom demais ser Ninja.

Allan Bonfim.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ao Menino Brasil

Este escrito vai pra ti Menino Brasil,que já passou por tantas casas e casos
Vai pra ti que já foi tal sacaneado,e ainda é
Vai pra ti quando sorri,mesmo pouquinho,e pensa que é feliz
Vai pra ti sendo mal visto lá fora,rá
Vai pra ti Menino,que nem se importa

Vai pra ti e sua vasta cabeleira de norte à sul que já nem é tão vasta assim
Vai pra ti e seus lugares frios,seus medos e rios
Vai pra ti e sua fina pobreza

Vai pra ti e toda a chuva que molha a porção seca e te amacia
Vai pra ti que é espaçoso demais pra caber em um simples continente
Vai pra ti nos dias sangrentos e infelizes de toda a sua história
Vai pra ti,suas garrafas vazias e seus cigarros apagados
Vai pra ti e suas belas e belas mulheres

Vai pra ti e àqueles preconceitos não vencidos
Vai pra ti e sua populosa solidão

Vai pra ti e,principalmente,todos os personagens que abriga
Vai pra ti que é destruído pelo progresso
Vai pra ti que é mastigado pelo futuro
Vai pra ti e seus heróis e mocinhos
Vai pra ti e suas praças,e seus meninos
Vai pra ti,que é um menino

Vai pra ti que é velho e grande,mas um menino
Vai pra ti que nem sabe,nem nunca viu
Vai pra ti,Menino Brasil.

Allan Bonfim.