quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu sou um cara comum (Já fim)

Não espere um aperto inesperado contra a parede,um beijo roubado,que eu desmanche seu penteado em loucos agarros,que eu insista a toda hora pra te ter,que eu faça mil loucuras pra te ganhar.Não,eu não sou assim,não gosto de pressão,nem de pressionar(e às vezes é preciso) eu prefiro o diálogo,a técnica simples da compreensão,se você me entende,me beija ou me estapeia,sem nenhum meio termo,a simplicidade objetiva pode ser uma vantagem nesse tipo de questão,ah,não espere nenhum arranhão,nem me cativou tanto assim,e se um dia conseguir,deixa q'eu te aviso.
Moça,não te amo e admito,pois aqui não sô nem um pouco cínico,se tem medo se abra comigo,por mim se for um não,mau nenhum ser só amigo,e como seria agradável ficar contigo,te abraçar e dar abrigo,te ter ali comigo,mas se é feliz assim e eu também,que mau aí tem da gente não se dar bem desse "jeito".Não tenho mais tempo pra esperar,nem ficar na base do "jogo",se der um dia por lá eu te encontro,boa sorte,sorte no amor e seja o que for...

Allan Bonfim

sábado, 24 de outubro de 2009

Conta outra (nem mendigo,nem escritor)

Parei naquela rua,parecia perfeita,um bar à direita com poucas mesas de fora,mas uma animação no balcão interior,já no outro,que se localizava à esquerda,as pessoas lotavam as mesas que,por sua vez,lotavam a calçada,e como elas conversavam felizes,gargalhavam e falavam alto e nem percebiam que falavam alto,estavam todos em uma conversa de algum tipo,umas sérias,outras de papo furado,o som ambiente era um samba que servia só de fundo pois ninguém o estava escutando,em algumas casas ao lado do bar da direita,na calçada,algumas pessoas(senhoras de idade,na sua maioria)conversavam sobre as novelas,seus parentes ou qualquer coisa viva que passasse por ali e inspirasse algum comentário,já do lado esquerdo,não parecia haver ninguém nas poucas casas que haviam,a não ser um senhor que regava suas plantas(achei estranho ele fazer aquilo de noite),observei uma pequena farmácia vazia,devia ter um ou dois funcionários desanimados com o movimento(ou com o emprego,vai saber).A rua não era nada especial,não possuía,nem levava a nenhum ponto comercial ou turístico importante,é o tipo de rua pequena e comum,daquelas que começam em praças e terminam em outras ruas que podem levar a uma avenida ou não.
Depois de passar um tempo na tal rua,já não percebia as vozes,nem a música da junkebox do bar[...]um vento meia-boca passou pra refrescar o pessoal,esquisito,parece perfeita mesmo,quase impecável,tem residências,tem uma farmácia,possui dois bares,eu torço pelo flamengo,eu me sento e começo a escrever.

Allan Bonfim

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É ruiva (a cor do pecado)

É ruiva a cor dessa menina que já é mulher,que passa andando diferente de todas que já vi,tem um jeito todo seu,entende? suponho que não,pois essa moça não foi feita pra se entender,ela só se faz amar,faz querer também,e quando não quer,faz sofrer,mas isso de não querer acontece quase nunca,ela é de bem com a lua e comigo então,sempre quer[...]
É ruiva sua indignação quando despeja em meus ouvidos todas as coisas que lhe incomoda,me revela seus segredos mais particulares. (acho que vê confiança na minha testa)

É ruiva no seu prazer,quando a sós comigo se despe sem pena mostrando a beleza da estrada que se pode definir seu corpo,e não me canso de explorar suas curvas mais perigosas sem medo,às vezes até de olhos fechados,não preciso da minha visão,essa rota se sente.Te parto ao meio em prazer e amor,você se revela como uma aparição de silhueta ruiva,é mulher sim,e eu ali me sinto um completo menino - e que menino de sorte,eu penso - é como ter um super-parque de diversões no próprio quintal,só que no meu caso o brinquedo é um só,único,tem sua cor ruiva.Ali,além de despejar toda a alegria,também despejo tristezas e dúvidas,esse nosso momento é também como uma válvula de escape para todos os meus e os momentos dela,seja lá o que for.
Nos fundimos numa coisa só,se completa ali tristeza e alegria,amor e ódio,duras dúvidas e plenas certezas,tudo fruto da gente,as peles se encontram e esse atrito que fazem esquenta o coração,esfria a mente,se não controlado pode causar um grande incêndio,e às vezes,se deixa o fogo livre,não por acidente as chamas nos envolvem e queimam,consomem,ardem,e finalmente deixam marcas que lembram como as mesmas fazem bem,porque as cinzas que sobram aqui,são de pura satisfação e observando bem,dá pra ver que na realidade a cor dessa "fogueira",sim,é ruiva.
Ruiva é a cor da dúvida das almas que,como nas letras de baleiro,ficam sem saber como entram nessa história,mas coitadas,não são merecedoras não.Este momento é exclusivamente reservado aos corpos como abono por tudo que suportam[...]e rapidamente te invado,quase que te virando do avesso - e às vezes me pergunto:até onde vais? - pois teu limite é variável-infinito,nunca se sabe e prevejo nunca se descobrir.As horas passam,e nós rimos das pobres,demonstrando sua total incompetência se repetem,não são como nós,não se inventam nem se contorcem,não se comem como nós[...]Enfim,preciso ir,ela também,ambos voltaremos às respectivas vidas cada dia menores de emoções e sentidos próprios,mas alertas aos alheios,pois a cada vez que nos vemos,nos roubamos,um do outro,lembranças e atos que fazem toda a diferença quando ela e eu nos reencontramos - como em todo relacionamento - tenho ainda fortes motivos pra pensar que ficaremos incompletos daqui pra frente,de repente resolveu levar a vida com o sujeito,não me faço triste por isso,o motivo é outro,pois de todas as partes,a que mais eu desejava levar comigo percebo agora que contigo ficou,lá se encontra guardada toda a sua essência,é sem dúvida a melhor parte,aquela,a ruiva.
Allan Bonfim.

sábado, 10 de outubro de 2009

Não,ninguém sabe

Quem sabe de mim,de onde falo?
Quem sabe como começar um texto?
Quem sabe se não é assim?
Quem sabe eu crio um plano pra salvar o mundo? (mas salvar de quê?)
Quem sabe eu não te tiro do teu mundo e te atiro no meu?
Quem sabe o seu seja melhor,e como deve ser levar um tiro?

Quem sabe se o céu é realmente o limite?
Quem sabe se eu te amo ou só quero "brincadeira"?
Quem sabe o que será da vida daqui pra frente?
Quem sabe o que você pensa quando olha pra mim? (e eu acho que sei)
Quem sabe um dia eu te entrego tudo que já vi por aí numa linda caixa azul?

Quem sabe eu faça você rir?
Quem sabe porque se coloca fogo em índios?
Quem sabe a lua é um grande E.T. e nos observa sem ninguém perceber?

Quem sabe porque ela é tão bonita?
Quem sabe isso aqui não vira música?
Quem sabe essa chuva não para daqui a pouco?
Quem sabe eu não visito teu namorado dizendo que te quero emprestada?
Quem sabe eu só queira levar porrada?

Quem sabe quantas linhas isso vai dar?
Quem sabe de repente você goste?
Quem sabe eu esteja mentindo?
Quem sabe você esteja mentindo?
Quem sabe o email de Deus?

Quem sabe o motivo de tudo isso?
Quem sabe os haitianos e havaianos pediram toda aquela água?

Quem sabe a morte seja engraçada lá do "outro lado"?
Quem sabe a corrupção acabe? (ha,e quem sabe existam duendes também?)
Quem sabe por onde anda a Beatriz?
Quem sabe a gente não marca com os velhos amigos?

Quem sabe o nome dessa música q'eu tô ouvindo?
Quem sabe um dia a gente caminha de mãos dadas?
Quem sabe porque eu gosto tanto de Coca-Cola e de você agora?
Quem sabe quando eu vô ter meu filho,fazer meu filme e escrever meu livro?
Quem sabe eu morra agora? (o texto já tá salvo em rascunho)
Quem sabe se o Papa não usa calcinha?
Quem sabe onde deixei minhas chaves?
Quem sabe como terminar um texto?
Quem sabe eu vá dormir agora?
Quem sabe se é assim ou assado?
Quem sabe porque eu prefiro isso frito?
Quem sabe amanhã ninguém mais me veja?
Quem sabe quem realmente sabe?

Quem sabe como é que estão as coisas,como é que são as coisas?
Quem sabe isso tudo não seja eu visto por você?
Quem sabe? tchau !!!

Allan bonfim