sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Tua Carta

Sei o nome do que sinto,mas seu nome desconheço.Sei da dor,da alegria e do prazer da intimidade,mas como será convosco?
Desculpa,é que fico olhando as palavras que você escreve,pensando naquilo que teu texto produz e,do nada,alguma coisa meio louca me arrebata e fica ecoando ao ouvido enquanto flutuo num ar estranho,tem cheiro de coisa que já vivi e que temo viver novamente.Mas talvez,eu penso,com você possa ser diferente,possa ser algo celestial se você for,e executar,trinta por cento do que escreve.De minha parte,posso garantir-lhe uma grande colaboração pois anseio por felicidade,expressa,pra viagem,pra vida inteira e às vezes imagino a gente de mão dada,fazendo idiotices de casal,fazendo inveja até nos outros porquê nosso amor será lindo,será intenso,tal qual todos que já vivi e viverei e quiçá muito melhor.
Mas por agora,enquanto não compartilho com você o que quero compartilhar com você,fico somente a lhe admirar,no silêncio,no escuro,aguardando a coragem que poderá fazer gritar o coração e trazer sua luz para perto de mim.

Allan Bonfim.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Em tempo

Nem toda água do mundo
Nem um grito estridente e agudo
Nem a pompa de Dom Pedro II.

Nem a farpa no dedo furado
Nem a lágrima no rosto molhado
Nem o cavalo branco e alado.

Nem o estômago doido de fome
Nem o beijo entre dois homens
Nem o preço do teu headfone.

Nem o óculos da tua amiga
Nem a forma da tua barriga
Nem a força incomum da formiga.

Nem todo o ouro do tesouro
Nem o barulho do seu choro
Nem a alegria do cachorro.

Nem a vida como ela é
Nem a beleza inata da mulher
Nem o desenho do profeta Maomé.

Não fará a Terra menos esquisita
Nem a tornará muito mais bonita
Se a mudança não começar por VOCÊ !

Allan Bonfim.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Je suis Charlie

   Não me admira a violência
   A maldade é precisa,
   Pois dilacera a camisa 
   E fere onde dói.
   
   Não me admira a notícia
   Eu visto a camisa,
   Propago a palavra
   E compartilho a dor.

   Não me admira a tristeza
   O cartoon sobre a mesa
   Denuncia sem medo
   Com doída beleza 

   Não me admira a covardia
   Fica marcado como o dia
   Em que a ira sobressaiu  à alegria,
   E a liberdade sucumbiu ao terror.

Allan Bonfim.