sexta-feira, 24 de julho de 2009

No meio do nada (sem inspiração)

sento-me,penso em algo pra dizer,mas não,não quero falar,quero neste momento somente escrever,não acho nada o que comentar,ressaltar,denunciar ou falar mau.incrivelmente hoje me encontro sem inspiração acho que é a tranquilidade do interior,o meio do nada assusta.simplesmente faz a gente pensar em nada,sim,exemplo feito é que ontem me peguei pensando como seria tudo se não fosse nada.
pode parecer confuso,aliás,é confuso,confuso pra mim que espero cair do céu uma inspiração que seja,confuso para aquele senhor que (não sei se por estar tonto ou por alguma doença reumática) se apóia dificilmente no muro daquela casa,é confuso também para aquele cachorro do outro lado da rua que olha os poucos carros que passam na estrada(talvez tentando atravessar) acho que é confuso até parar o sol que se encontra meio escondido atrás das nuvens na dúvida de sair ou não,e a única que não me parece confusa é aquela menina de vestido florido,meio curto,ela caminha apressada sem olhar pro lado e carrega consigo um embrulho,me parece o pão da tarde,olho o relógio e marca exatamente 2:15,não é o horário do café da tarde (mas vai entender).
ela não me troxe inspiração,nem ela,nem o senhor do muro,nem o cachorro e muito menos o sol,e quando já me encontrava vencido...adentra um menino,devia ter seus cinco ou seis anos,comia um daqueles biscoitos salgados a marca era "montreal" lembrei na hora que na minha infância eu adorava esses salgadinhos,na hora lembrei de um fato e outro,outro,me virei para a tela do computador e pensei: esses salgadinhos dariam um belo texto...

Allan Bonfim.

sábado, 18 de julho de 2009

Registro (onde o pensamento leva)

gostava da face que o vento faz no rosto
trazia um desgosto
a todos que viam
quando era representado em pedaços de papel
enquanto mascava seu chiclete
sentia a brisa fria atravessar seus lábios quentes
o choque térmico perfeito
e por avantajados
coragem e peito
achava que era superior a todos os seres
praticantes da política,religião e arte
achava tudo aquilo uma grande bobagem
todo o tempo e dinheiro gasto

desprezava a enganação
quando praticada sem razão
espalhava o rancor
mas do seu jeito
com muito amor
partiu atrás de seu bem
partiu para o seu bem
o que encontrou não era
nem o que buscava
o fazia parar
o caminho era escuro
não ligava
se escuro
também sabia ser

teria que fazer algo por todos
enganados,eleitos,bandidos,banidos,antigos
estudados,abusados,ignorantes,estudantes
falidos,saturados,famintos,babacas
donas de casa,heróis do povo
escrotos,todos

era uma obrigação
estava com a imaginação a mil
mas sem opção ou direção
aval ou permissão
sorriu e desisitiu
mas não querendo jogar fora
pelo trabalho que deu
aquilo que era único
e somente seu
decidiu guardar para sempre
escreveu...
Allan Bonfim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Desejo a você...


Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé
em Deus
Não
ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco e Bolero de Ravel...

E muito carinho meu.


Carlos Drummond.